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Imagine Louis Tomlinson | Brazil



— Finalmente férias!
Louis falou animado enquanto caminhamos para a saída do aeroporto depois de termos pousado em nosso destino que foi planejado há alguns meses antes que ele estivesse de férias. Louis e eu namoramos há dois anos e há cinco ele tem trabalhado constantemente sem férias estendidas, ele canta em uma boyband que nunca deixa de estar em tempos bons, o que acabou adiando por anos o descanso prolongado até decidirem entrar em hiatus por um ano ou dois anos.
Nós viajamos muito durante os anos de relacionamento, mas nunca tínhamos feito uma viagem que os namorados fazem para se curtir como se estivessem em lua de mel e foi isso que planejamos desde que a história do hiatus entrou em pauta para ser discutida. Estamos tão alegres que só falta nós dois sair saltitando pelo aeroporto.
Não demorou muito para que Louis estivesse reclamando sobre o calor, a diferença do calor que ele está acostumado, como o calor do Brasil é gritante, mas eu me lembro de termos vindo para cá em uma de suas turnês. Não tem como esquecer na verdade, foi a primeira vez que estivemos juntos no meu país de origem.  
Entre as reclamações sobre o calor, drama de dizer que está derretendo, paradas em fast-food para comprar refrigerantes e mais um pouco de drama, chegamos ao hotel não muito conhecido que se localizava um pouco mais distante do centro da movimentada cidade para que a presença de Louis não cause tumulto e acabe com a nossa privacidade.  
A única coisa que Louis fez foi usar o banheiro por causa da quantidade de refrigerante que bebeu, tirar a roupa ficando apenas de cueca e se jogar na cama pedindo para que eu ligue o ar condicionado para que minutos depois estivesse de boca aberta em um sono pesado.
Resistindo a imensa vontade de acertá-lo com um tapa na bunda, eu caminhei até a janela vislumbrando o grande mar que produz um barulho gostoso ao que suas ondas se quebram na areia. O sol um pouco forte demais que me fez um pouco de falta quando me mudei, beija a pele das pessoas que resolveram encará-lo para terem um dia de praia e de quebra conseguir uma marquinha.
A verdade é que eu a tempos não me sentia tão em casa como agora, esse é meu verdadeiro lar, não importa onde eu more, tamanha distância, esse sempre será o meu lugar favorito em todo o mundo.
Mesmo com a empolgação de estar de volta em casa e a vontade de sair rodopiando nas ruas embaixo do sol quente cantando garota de Ipanema, o cansaço me pegou de jeito e eu sou a próxima a me atirar seminua na cama ao lado de Louis.

[…]

Depois de horas de descanso e de eu ter a visão de Louis comendo pizza - que é a única coisa que ele aprendeu em português quando eu tentei ensiná-lo - sentado na poltrona no canto do quarto assim que acordei, estamos agora devidamente vestidos com uma roupa leve e que não nos causará um infarto fulminante ao sair no sol, acrescentando em Louis um chapéu e óculos escuros para não ser reconhecido.
— Minha cabeça está suando... Será que eu preciso mesmo disso?
Louis perguntou ao que sentamos em um banquinho em uma praça bem arejada e com uma enorme sombra feita pela quantidade de árvores ali. Ficamos alguns minutos andando e resolvemos parar para nos refrescar com uma água mineral bem gelada que ainda vou comprar.
— Eu me pergunto se você será reconhecido com esse chapéu e você quer tirá-lo?! — o olho rindo — Você só tem que aguentar mais um pouco. Eu vou ali comprar água para nós dois. — aponto para um homem que tem uma grande caixa térmica sobre sua bicicleta.
Após ver Louis assentir, me levantei do banquinho indo em direção ao homem que é muito simpático comigo fazendo com que a conversa sobre o clima se estenda um pouco mais de cinco minutos. E são esses mais de cinco minutos suficiente para que eu perca o meu namorado que não se encontra mais na praça.
Várias coisas se passam em minha cabeça quando eu ainda não tenho sinal dele depois de rodar a praça quase que dez vezes, é como se ele tivesse evaporado no pouco tempo que eu desviei a minha atenção. A hipótese de ele ter voltado para o hotel, ter sido sequestrado ou apenas sido abduzido rodeiam minha cabeça e o que mais me deixa desesperada é o fato de que a segunda hipótese é a mais provável porque ele não tentaria voltar ao hotel sem me falar sabendo que não sabe o caminho.
Eu estava quase começando a gritar por seu nome quando eu senti uma mão em meu ombro e uma sensação de alívio tomar todo o meu corpo. Me virei para a pessoa sorrindo, mas esse sorriso morreu assim que vi que não se tratava do meu namorado e sim do meu ex, Ricardo.
— Nossa, não achei que ficaria tão feliz de me ver. — ele falou com um tom brincalhão e riu em seguida.
— Não... É que eu estou procurando uma pessoa, achei que você fosse ela. — sorri forçado tentando não pensar o quanto Louis deve estar confuso e perdido.
— Eu sinto muito por não corresponder a sua expectativa, mas eu estou muito feliz em ver você. — ele sorriu com o seu típico sorriso que me fazia cair ao seus pés. Fazia, agora que eu conheço Louis, nenhum sorriso se iguala ao dele.
— É bom ver você também. — digo sem o dar muita atenção enquanto corro meus olhos ao redor a procura do inglês desaparecido.
— Você parece um pouco ocupada, mas não gostaria de ir tomar um sorvete comigo?  
— Eu estou realmente ocupada, desculpe, mas não vai dar.  
— Você poderia pelo menos me dar um abraço? Eu realmente estava com saudades de você. — eu olhei em sua direção um pouco desconfiada, mas em nome dos velhos tempos eu resolvi ceder e abraçá-lo, me arrependendo segundos depois que tive que virar com agilidade meu rosto para o lado quando ele tentou me beijar de surpresa.
Antes mesmo que eu falasse alguma coisa, mãos encontraram o meu ombro e o de Ricardo nos separando bruscamente e eu estou agradecida quando vejo um Louis nos encarando com uma cara de poucos amigos.
— Que porra está acontecendo? — sua voz continha uma alto grau de irritação.
— O quê? — Ricardo perguntou encarando Louis com uma careta de quem não entendia nada. E de fato ele não entende.
— O que você acha que estava fazendo com a minha mulher, seu bastardo?! — Louis não gritava, mas também não falava baixo.
— Louis... — tentei falar que o cara não estava entendendo nada, mas Louis não me deu oportunidade.
— Você quer morrer? Eu vou matar você se encostar nela de novo, porra. As coisas de onde eu venho não funcionam assim, então eu não permitirei, entendeu?!  
— Lou...
— Pare de me olhar com essa cara de merda e responda a porra que eu estou- 
A única maneira que encontrei de calar o Louis foi o surpreendendo com um beijo, beijo esse que fiz questão de prolongar para vê se Ricardo se tocava e dava o fora para não piorar as coisas. Assim que separei nossas bocas e abri os olhos, as íris azuis de Louis me fitavam com atenção em busca de respostas.
— Onde você estava Louis? Eu estava louca atrás de você. — eu fui a primeira a perguntar tirando sua chance.
— Eu percebi o quanto você estava preocupada me procurando. — ele ironizou e eu o empurrei pelo ombro.
— Você que resolveu sumir justo na hora que o louco do meu ex escolheu para tentar me beijar de surpresa.
— Espera! Seu ex? — ele parecia surpreso e indignado enquanto procurava algo - acho que o Ricardo - ao redor. Ainda bem que ele deu no pé.
— É, mas ele não conseguiu. Eu fui mais rápida em virar o rosto e você em aparecer somente na hora que lhe foi conveniente. — o encarei séria — Onde você estava, Tomlinson? Não poderia ter me avisado?
— Desculpe, amor... Eu vi que na loja ali na frente tinha ar condicionado e fui lá me refrescar um pouco. — ele sorriu sem graça coçando a nuca.
— Você é um idiota! — o empurro mais uma vez pelo ombro, dessa vez mais forte — Por que não me avisou? Eu fiquei preocupada.
— Não vai mais se repetir, eu não sairei mais de perto de você.
Ele sorriu de lado me puxando pela cintura e iniciando um beijo cheio de provocação, mesmo que estivéssemos no meio da praça. Pelo menos para uma coisa o traste do meu ex serviu, Louis não vai mais ousar me deixar sozinha ou desgrudar de mim por causa de um ar condicionado.


Hoje nosso menininho completa 25 anos  Eu estou tão orgulhosa pelo homem que ele se tornou 
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Imagine Harry Styles | Namoro Virtual




Bom dia, princesa.
Preparada para a noite de amanhã?

                              x H

Eu já acordei sorrindo apenas por essas mensagens enviadas há três horas, que só pude ver agora por conta do fuso horário fazendo com que a manhã em Londres ainda seja madrugada no Brasil.
Eu não poderia estar mais feliz, estou há algumas horas de me encontrar pela primeira vez com o meu namorado e a ansiedade está acabando comigo. Namoramos à distância há quase um ano e na minha opinião esse é o amor mais bonito que existe. Nos apaixonamos pelas pequenas coisas, não precisamos nos tocar ou estar perto para sentir, apenas nos falar todos os dias já é o suficiente para nos deixar alegres.
Eu me sinto tão sortuda por tê-lo em minha vida, ele me ajuda tanto quando não estou bem, é só ver seu sorriso que as coisas melhoram instantaneamente como em um passe de mágica. A única coisa que deixa tudo um pouco incerto o meu coração é que ele é uma pessoa especial no mundo todo, várias pessoas estão de olho nele e todas suas decisões ou qualquer passo é assistido e comentando por quase todo o mundo. É como se sua vida fosse uma série de televisão.  
Não inicio de tudo eu não sabia o que me aguardava, conheci um Edward por uma rede social e depois de dias conversando não podíamos deixar de nos falar, então ele me contou que na real seu nome era Harry Edward e quando eu li o Styles tudo que pude fazer foi rir, eu ri muito por ele ter achado que podia me enganar, mas então nos vimos pelo facetime.
No momento que eu vi os olhos verdes me encarando pela tela meu coração só faltou saltar pela minha boca e sair correndo, foi uma revelação forte e impactante. Ouvi sua voz me chamar durante alguns minutos que pareceram horas em minha cabeça até que eu consegui dá-lo atenção ainda espantada com tudo.
Harry e eu começamos a namorar quando ele disse que eu ocupava seus pensamentos a todo momento, então eu disse que comigo era da mesma forma e ele me pediu em namoro dizendo que na primeira oportunidade ficaríamos juntos.
Bem, a primeira oportunidade ainda não chegou, mas nós continuamos firmes e fortes.  
Eu não posso mentir e dizer que não estou nervosa, por que eu estou, muito, muito nervosa. Eu o abraçaria pela primeira vez, sentiria a sensação de ter sua pele na minha, sentiria seu cheiro, sentiria seus cabelos entre meus dedos e principalmente me sentiria em casa nos braços da pessoa que eu não escolhi amar, mas mesmo com a distância eu amo.
Seria tão fácil se morássemos perto e nosso namoro não fosse a distância, mas talvez se fosse do jeito fácil não teria a mesma intensidade, talvez não nos falaríamos direito e nem teríamos as conversas que temos nas madrugadas que não conseguimos dormir. Talvez tudo fosse monótono e chato sem expectativa de coisas novas, apenas as mesmices de sempre.  
A distância nos faz imaginar o primeiro toque, o primeiro beijo, o primeiro “eu te amo" sussurrado ao pé do ouvido ou até mesmo sussurrado com lábios nos lábios depois de um beijo quente.
A expectativa nos deixa mais eufóricos.

[…]

Desembarcar em Londres foi um pouco complicado, muitas pessoas juntas indo para todas as direções possíveis e eu tive um pouco de dificuldade na hora de procurar a minha mala, mas fora isso correu tudo bem.
Harry disse que não poderia me buscar por ter ensaio quase o dia inteiro, mas uma pessoa de sua confiança estaria me esperando para me levar ao hotel e depois ao local do show. Conclusão, só vamos nos ver depois que o show terminar, mas para quem esperou um ano, algumas horas não significam nada.
Olhando para todos os lados enquanto eu puxava minha mala para até as grandes portas que eram davam à saída do aeroporto, sentir uma mão um pouco pesada em meu ombro, uma voz calma chamar o meu nome e me virei tendo a visão de um homem com quase que o dobro da minha altura.
— É… Oi! — continuei o olhando, ele parecia segurança do aeroporto. Será que peguei a mala errada?
— Eu sou o Paul, Harry me pediu para levá-la ao hotel. — ele se afastou um pouco.
— Ah sim… Oi Paul. — sorri acenando para ele.
— Licença. — ele pegou minha mala e começamos a caminhar para fora.
Paul não era a pessoa mais falante do mundo, então o caminho até o hotel seria silencioso se eu não fizesse uma porção de perguntas para ele sobre o Harry, ele sempre me respondia o que eu queria fazer e sempre tinha uma nova pergunta para dar a resposta. Acredito que a vontade dele era me jogar pela janela.
Quando eu entrei no quarto de hotel que Harry fez questão que eu ficasse, uma suíte presidencial - completamente sem necessidade porque eu ficaria em qualquer quarto que tivesse pelo menos um colchão - lindas rosas decorava a mesinha ao lado da grande cama e eu não perdi tempo ao ir rapidamente até elas para cheirá-las e ver se tinha algum cartão. E realmente tinha.

Estou contando os segundos para estarmos juntos.

Te amo

                           x H

Não sorrir se tornou impossível e ao cheirar o cartão senti um perfume amadeirado que só podia ser do Harry. Ainda sorrindo me atirei sobre a cama encarando o cartão como se fosse o próprio Harry e acabei dormindo.

[…]

A gritaria das adolescentes eufóricas é quase a única coisa que se pode ouvir de onde estou enquanto espero o show começar. Eu nunca fui fã do One Direction, mas eu admiro muito o trabalho deles pelo pouco que sei, gosto de algumas músicas também e já falei com o Niall por celular uma vez quando o Harry estava no banheiro e ele atendeu.
O show não demorou muito para começar e as músicas agitadas me contagiavam me fazendo dançar como se não houvesse amanhã. Ver o Harry mesmo que ainda de longe me deixou animada e muito feliz, meu rosto a qualquer momento pode rasgar ao meio tamanho meu sorriso.
Em um momento as luzes diminuíram e os garotos se sentaram, com exceção de Harry que caminhou em minha direção quando as notas da música começaram a ser tocadas.

If I could fly
I’d be coming right back home to you
I think I might give up everything
Just ask me to

(Se eu pudesse voar
Eu voltaria para casa pra te encontrar
Eu acho que seria capaz de desistir de tudo
Se você me pedir)

Ele cantou cada palavra com os olhos bem focados nos meus e eu senti que era para mim. O que ele cantou batia perfeitamente com o que passamos, a distância.
Liam - que conheci pelas fotos que pesquisei para não ficar perdida quando Harry falava sobre ele - caminhou até Harry cantando a segunda parte e assim que estava ao lado do amigo, passou o braço sobre seu ombro passando para Harry a vez de cantar.

For your eyes only
I show you my heart
For when you’re lonely and forget who you are
I’m missing half of me, when we’re apart
Now you know me
For your eyes only

(Apenas para os seus olhos
Eu mostro meu coração
Quando você estiver se sentindo sozinha e esquecer quem você é
Eu sinto falta da minha metade quando não estamos juntos
Agora que você me conhece
Apenas para os seus olhos)

Eu senti alguém segurar meu pulso me tirando de onde eu estava e quando eu desviei meu olhar do de Harry, pude ver que era Paul que me levava em direção ao palco e meu coração disparou ainda mais ao pensar que eu enfrentaria toda essa multidão.
Harry me recebeu na beirada do palco segurando minha mão enquanto Louis e Niall cantavam em sequência para então os quatro cantarem juntos o refrão.  
Agora os olhos de Harry estavam mais perto e mais brilhantes ao encararem os meus marejados pela emoção do momento maravilhoso que estamos compartilhando. Meu coração está sem controle e meu estômago foi tomado por várias e várias borboletas dançantes me causando uma sensação que jamais pensei sentir.
Ao que a musica foi finalizada, Harry soltou o microfone colocando as duas mãos em meu rosto e tudo que eu fiz foi fechar os olhos e colocar minhas mãos em sua cintura ao perceber seus lábios vindo de encontro aos meus.  
Eu descreveria a sensação como uma explosão de fogos de artifício de todas as mais belas e vibrantes cores explodindo de uma vez dentro de mim. Minhas pernas tremeram e nem mesmo os gritos vindo da plateia me desconcentrou do melhor momento da minha vida.  
O beijo que começou lento e delicado, permaneceu assim até que foi quebrado com uma porção de selinhos e logo estávamos envolvidos nos braços um do outro em um abraço forte sussurrando a todo momento “eu te amo" com os nossos sorrisos imensos denunciando o quanto estávamos felizes por ter nos encontrado.


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Imagine Liam Payne | Nothing Else Matters (Parte I)


Meu suspiro foi audível mostrando o quanto eu não queria continuar o assunto da conversa que meu marido está tentando ter comigo. Enquanto eu olhava as luzes dos postes passarem rapidamente pelos meus olhos, minha mente vagava sobre o quanto não estávamos preparados para ter um filho agora, mas Liam insiste na conversa depois de termos ido visitar o bebê de uma amiga.
Eu só queria que ele entendesse que estamos ocupados demais com nossos respectivos trabalhos, ter um bebê exige planejamento.
— Dá para você não me deixar falando sozinho? — me virei para olhá-lo e ele estava olhando para mim, o que não é nem um pouco responsável ao estar dirigindo.
— Olhe a estrada, Liam. — ele fez o que eu pedi — Nós podemos apenas conversar sobre isso em casa?
— Você só está tentando fugir da conversa, pelo que te conheço quer me fazer esquecer o assunto. — por que ele tem que ser assim?
— Eu só acho que não é uma boa ideia no momento… Você está envolvido com um cd novo e eu acabei de ser promovida no trabalho, não seria legal pararmos tudo agora. — Liam me olhou mais uma vez e eu já estou começando a me sentir irritada por sua falta de responsabilidade ao volante — Para de me olhar, Liam. Preste atenção na droga da estrada!
— Por que está tão nervosa?
— Eu não estou nervosa, só não quero que você perca o controle desse carro. — ele me olhou de novo — Merda, Liam. Pare esse carro!
— Você não confia em mim? Eu sei o que faço. — ele continuou me olhando.
— Para essa merda!  
Minha voz saiu mais alta fazendo Liam pisar no freio e o carro parar um pouco mais a frente pela velocidade, ele desligou o carro soltando o cinto e se virou para mim com uma carranca.
— Por que merda você está tão nervosa? Droga, eu só fiz um pedido.
— Não, você fez eu me sentir pressionada a te dar um filho. Fez me sentir uma megera por não querer te conceder esse pedido. Então, por favor, não vamos apressar as coisas.
— Nã-
A fala de Liam foi cortada por uma buzina muito alta e uma luz forte que bateu em meu rosto vindo de trás das costas dele, se virando rapidamente, Liam percebeu que havíamos parado em um cruzamento e que um carro vinha em nossa direção muito rapidamente. A tentativa de ligar o carro falhou miseravelmente e não havia mais nada que pudéssemos ter feito, a batida foi inevitável e Liam se debruçou para o meu lado tentando evitar que eu me machucasse.



A sensação de estar flutuando no nada toma conta de todo o meu ser, é como se eu estivesse em um universo completamente escuro vagando lentamente de um lado para o outro no ar, a única coisa que pode ser ouvida por mim é um bip bip muito longe.
Liam veio a minha mente, mesmo estando engolida pelo nada, eu posso ver seu rosto sem conseguir abrir meus olhos. Essa visão do meu marido estava me acalmando, mas então ele desapareceu quando um carro passou rapidamente sobre sua imagem me fazendo abrir os olhos num rompante só para ter minhas retinas queimadas pela luz branca, extremamente forte me fazendo fechá-los novamente.
O barulho irritante do que parece uma máquina, está mais perto, ao meu lado par ser mais exata e eu não faço ideia de onde me encontro. Quando me sentir segura, abri um olho devagar e logo depois o outro podendo ver o teto branco e ao olhar para o lado, as paredes da mesma cor.
Minha cabeça dói, eu me sinto um pouco tonta e não tem ninguém ao meu redor, eu estou sozinha e não faço ideia de onde Liam esteja. Na tentativa de levantar a mão até minha testa senti uma coisa se repuxar em minha pele e ao levantá-la com cuidado, uma mangueirinha de soro estava fundida a minha veia sendo segurada por um esparadrapo que mantinha a agulha no lugar.
E então, me causando uma dor de cabeça mais forte, a lembrança da noite de ontem veio em minha mente me causando desespero. Eu preciso saber onde Liam está, preciso saber se ele está bem e não quero ficar sozinha de jeito algum.
Antes que eu começasse a arrancar os fios presos a mim, a porta abriu e uma enfermeira apressada entrou veio até minha cama.
— A senhora deve permanecer em repouso, não faça movimentos brusco. Eu chamarei médico.
— Meu marido… — minha voz saiu em um fio — Eu preciso… Preciso vê-lo.
— A senhora precisa ficar calma, está desacordada há dois dias e precisa passar por exames.
Dois dias?  
Como assim dois dias se o acidente aconteceu ontem?
Um pontada forte na cabeça me fez fechar os olhos com força e não pude evitar deixar um gemido escapar. A voz da enfermeira me chamando estava longe e por mais que eu tentasse entender o que ela dizia, eu não conseguia.
E mais uma vez, fui engolida pela escuridão.



Pela segunda vez meus olhos queimaram ao que eu os abri inconsciente da luz sobre mim, mais uma vez fechei-os e mais uma vez tentei levar a mão até minha cabeça sendo, dessa vez, impedida por alguém que a segurou.
— Não movimente o braço tão bruscamente… Pode remover a agulha de sua veia.
Abri meus olhos com cuidado depois de me acostumar com a claridade e um homem alto de jaleco branco estava ao meu lado me olhando com atenção.
— Você se lembra o que aconteceu? — eu assenti lentamente com a cabeça — Sabe seu nome, onde está e com quem estava? — assenti mais uma vez o vendo fazer anotações em uma prancheta — Creio que a pancada em sua cabeça não resultou nenhuma sequela ao seu cérebro, mas ainda te deixarei em observação.
Ficar mais tempo? Não! Eu não posso ficar mais tempo confinada em um quarto irritantemente branco alheia do estado do meu marido.  
Percebendo minha agitação o médico pediu para que eu me acalmasse.
— L-Li-Liam… — lutei para que conseguisse dizer o nome do meu marido, minha boca está completamente seca e minha voz impotente.
— A senhora precisa se acalmar, seu marido está bem e está seguro em um dos quartos deste hospital. Não há com o que se preocupar.
Eu fui submetida a uma bateria de exames de todos os tipos para que constatassem que eu estou em perfeito estado, tirando alguns machucados no corpo e no meu rosto que pude vê quando minha mãe me ajudou a tomar banho.
Ao que parece, eu estou há três dias desacordada, depois que acordei no segundo dia, voltei a inconsciência deixando todos preocupados, mas deveria ser apenas o cansaço, segundo o médico.  
Ninguém me diz exatamente o estado de Liam, sempre respondem com “ele está bem", “está sendo bem tratado em outro quarto", “ele está seguro", mas isso não é o suficiente para me deixar tranquila. Se ele está bem e seguro, por que não veio me ver? Pelo que eu me lembro, ele tentou me proteger com seu corpo, não acho que ele tenha ficado exatamente bem.
A noite caiu mais uma vez e eu tive que continuar no hospital, apenas a mangueira do soro está enfiada em meu corpo, os fios já não são mais necessários e o bip bip enjoado já não soa mais para me deixar irritada. Eu passei o dia arquitetando um plano, meio insano, mas ainda assim a única coisa que talvez me deixará mais aliviada.
Segundo o médico que me atendeu, ele não estará de plantão essa noite e se eu precisasse de algo era só apertar o botãozinho ao lado da cama que as enfermeiras estariam a posto na recepção a espera de um chamado.  
O hospital estaria vazio, uma oportunidade perfeita para ir até o quarto do Liam que fica há dez portas do meu. Pelo menos essa informação eu consegui arrancar de Karen.
Abri a porta em um fresta para que eu observasse o corredor e ele está vazio como eu esperava, então sem pensar muito, eu saí do quarto caminhando apressada até o fim do corredor onde a porta com o número 13 estaria. Assim que me vi em frente a porta que eu procurava, apenas a abri com cuidado para não assustar Liam e entrei antes que fosse pega.
— Eu não chamei ninguém, vá embora!
A voz de Liam soou me fazendo sorrir por saber que ele está consciente e provavelmente bem. Me aproximei devagar caminhando até estar aos pés de sua cama e ele sequer olhou para ver de quem se tratava, apenas continuou encarando o teto sem graça daquele quarto.
— Amor, eu consegui fugir para te ver. — falei com um pouco de animação por vê-lo com meus próprios olhos.
— Você fez muito mal, não quero você aqui. — a voz dele foi rude e ele continuou sem me olhar.
— Eu precisava ver por mim mesma como você está.
— Pois agora que já viu, aconselho que saia daqui e procure um advogado. — minha testa franziu automaticamente em confusão — Peça o divórcio e seja livre.
— Por que? Por que eu faria isso? — minha mão pousou sobre a perna de Liam assim que ele me olhou.
— Não toque aí! — Liam esbravejou me assustando e com rapidez fiz o que ele mandou.
— Por que não posso tocar você? — eu sentia um bolo em minha garganta, não é possível que Liam me odeie.
— Por que eu não sinto… Eu não sinto as minhas pernas.